tag:blogger.com,1999:blog-48609475171583420162024-02-20T14:56:04.426-08:00O Eu públicoO Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.comBlogger17125tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-34284009785058414002012-08-11T18:34:00.000-07:002012-08-11T18:34:34.252-07:00Meus caros,<br /><br />Segue o Link para o texto pedido em aula: Prefácio à Segunda edição da Crítica da Razão Pura.<br />
<br />
<br />
<a href="http://www.deboraludwig.com.br/arquivos/kant_criticadarazaopura.pdf">http://www.deboraludwig.com.br/arquivos/kant_criticadarazaopura.pdf</a><br />
<br />
<br />
Obs.: Leiam da página 41 até a 52 (do pdf).O Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-796427693258857342012-07-09T20:48:00.001-07:002012-07-09T20:48:30.746-07:00Meus Caros,<br />
<br />
os links são:<br />
<br />
<a href="http://www.4shared.com/office/wtsZRi91/Platn_-_Eutidemo.htm">http://www.4shared.com/office/wtsZRi91/Platn_-_Eutidemo.htm</a><br />
<br />
<a href="http://www.econlib.org/library/LFBooks/Hume/hmMPL23.html#Part I, Essay XXIII, OF THE STANDARD OF TASTE">http://www.econlib.org/library/LFBooks/Hume/hmMPL23.html#Part I, Essay XXIII, OF THE STANDARD OF TASTE</a><br />
<br />
<a href="http://www.cfh.ufsc.br/~conte/russell.html">http://www.cfh.ufsc.br/~conte/russell.html</a>O Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-10415838964371237792012-02-25T09:28:00.000-08:002012-02-25T09:28:18.995-08:00Confissão III<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">I</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Não! Não admito os medos superficiais, </div><div class="MsoNormal">Sou forte, sou rude, sou homem!</div><div class="MsoNormal">Não há temor no ventre, nem no seio, nem na porta que se abre iluminando os olhos e preparando-me o vôo.</div><div class="MsoNormal">Os pés, ágeis, dançam, correm, saltam.</div><div class="MsoNormal">As mãos sólidas realizam o movimento da mente, intrincado, lógico!</div><div class="MsoNormal">As mãos dóceis, afagam, tocam, acarinham. </div><div class="MsoNormal">Não! Não temo os medos superficiais! Estão aí, mas não causam grande reboliço!</div><div class="MsoNormal">Hoje temo, um temor de respeito, o espelho. Mas não é o medo que paralisa, nem o que afoga, faz perder o ar! Apenas respeito.</div><div class="MsoNormal">Mesmo que quieto </div><div class="MsoNormal">O Medo tende a arrebentar</div><div class="MsoNormal">E hoje vi! Hoje senti! Hoje chorei de medo!</div><div class="MsoNormal">Não temo a vida, temo a morte!</div><div class="MsoNormal">Não saberia não ser</div><div class="MsoNormal">Não saberia não tocar</div><div class="MsoNormal">Não saberia não enfurecer</div><div class="MsoNormal">Não saberia não indignar </div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Sobre tudo, não saberia não AMAR!</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">II</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Ah, o pavor! <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div><div class="MsoNormal">Tomaste-me Abrupto! Porém sei da força de sua verdade!</div><div class="MsoNormal">Doce seria a vida ser vida mesmo na morte...</div><div class="MsoNormal">Mas doce é a vida e não a morte.</div><div class="MsoNormal">O sabor do desespero de saber-se finito e, mesmo assim, capaz de escolher!</div><div class="MsoNormal">Avante! Andante! <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Allegro ma non tropo</i>! Nada sei das conseqüências absolutas de minhas escolhas, nada sei do inalienável futuro para quem vive, e viverá!</div><div class="MsoNormal">Nada sei do cárcere das escolhas e da liberdade das escolhas!</div><div class="MsoNormal">Saber é coisa para maduros, vividos. Não para sonhantes vivídos!</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">III</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">A ignorância pesa minhas escolhas, paralisa meus sonhos e dilui cada passo firme.</div><div class="MsoNormal">Mesmo assim, jogo-me, atiro-me, ateio-me o fogo do amor!</div><div class="MsoNormal">Sou insano? </div><div class="MsoNormal">Se não tenho nada além da vida como entregá-la a outrem?</div><div class="MsoNormal">Como pô-la em mãos frágeis que não suportam nem o mais aéreo peso concreto?</div><div class="MsoNormal">Como entregá-la aos olhos que freqüentemente se umedecem com novelas e buscam o sonho mais puro?</div><div class="MsoNormal">Como repousar minha única chance no colo humano, feminino, emocional, e passível de reviravoltas?</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Entretanto é tudo que quero!</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Como não pôr minha vida nas mãos que realizam os melhores afagos?</div><div class="MsoNormal">Como não entregar, de todo, aos olhos que iluminam qualquer obscuridade?</div><div class="MsoNormal">Como não depositar a vida no colo de quem constrói a proteção?</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">IV</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Tenho uma chance, </div><div class="MsoNormal">uma vida, </div><div class="MsoNormal">uma cartada,</div><div class="MsoNormal">apenas uma escolha!</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Além disso, há morte! <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div><div class="MsoNormal">Além disso, apenas o sumiço, o não!</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Então, com tudo e único que tenho digo um sonoro SIM! </div><div class="MsoNormal">(oposto catatônico ao não que me espera)</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Com a vida em mãos que não são minhas,</div><div class="MsoNormal"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>suspiro,</div><div class="MsoNormal"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>grito,</div><div class="MsoNormal">choro,</div><div class="MsoNormal">rosno,</div><div class="MsoNormal">sorrio,</div><div class="MsoNormal">e, sobre tudo, amo!</div><div class="MsoNormal"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></div>O Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-4811951426707583692011-04-09T18:59:00.000-07:002011-04-09T18:59:53.756-07:00Sem título II<div class="MsoNormal">Sinto que poderia viver em apenas um minuto!</div><div class="MsoNormal">Mas toda uma vida</div><div class="MsoNormal">Quero cem anos em um minuto</div><div class="MsoNormal">E morrer de velhice! </div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Não é o caso que a vida me cansa</div><div class="MsoNormal">Nem é o fundo do abismo interno</div><div class="MsoNormal">É apenas o sofrimento e a repulsa pela morfina</div><div class="MsoNormal">É o grito pela morfina.</div><div class="MsoNormal"><br />
Morfina!!!</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Quero cem anos em um minuto</div><div class="MsoNormal"> Pois não agüento mais procrastinar a vida </div>O Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-30891627817737753642011-03-27T10:14:00.000-07:002011-03-27T10:15:36.330-07:00Poética préfica<div class="MsoNormal">Enquanto a vida estoura do lado de fora</div><div class="MsoNormal">É no espelho que vejo o mundo em colapso. </div><div class="MsoNormal">Canso da minha metáfora, canso do meu “Embora”</div><div class="MsoNormal">E recomeço mais um lapso. E ainda fico perplexo!</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">A vida, por vezes, nem me parece vida... </div><div class="MsoNormal">Quem sabe já estou morto?</div><div class="MsoNormal">E só me resta a despedida</div><div class="MsoNormal">Quem sabe já estou morto?</div><div class="MsoNormal">E só esqueci de cair!</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Não vejo futuro no brandir das espadas</div><div class="MsoNormal">Já me basta o quanto luto por mim</div><div class="MsoNormal">Já basta o meu luto </div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Vocação para carpideira...</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Talvez seja isso!</div>O Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-7315170679485667952011-03-27T10:10:00.000-07:002011-03-27T10:10:25.507-07:00Método<div class="MsoNormal">Não posso dizer que meus olhos sangram,</div><div class="MsoNormal">Embora o quisesse gritar </div><div class="MsoNormal">Não posso.</div><div class="MsoNormal">Minhas magoas não são profundas o suficiente</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Não posso dizer que tenho muito que falar.</div><div class="MsoNormal">Pois não ouço.</div><div class="MsoNormal">E minhas águas não são profundas o suficiente</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Queria cantar o instante</div><div class="MsoNormal">Queria um poema de verdade</div><div class="MsoNormal">Queria um coração de poeta</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Mas não tenho!</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Preciso alfinetar-me, </div><div class="MsoNormal">Aguardar algum tempo.</div><div class="MsoNormal">Esperar a ferida inflamar.</div><div class="MsoNormal">E só assim, não de outra forma,</div><div class="MsoNormal">Consigo escrever rotas palavras</div><div class="MsoNormal"><br />
</div>O Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-53194140272797457062011-01-08T14:14:00.000-08:002011-01-19T16:00:31.121-08:00Confissão II<div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Dos numerosos trabalhos sobraram-me apenas as dores,</div><div class="MsoNormal">A compreensão, o carinho, os olhos úmidos, ficaram nas máquinas.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Fitaram-me o corpo tenso, </div><div class="MsoNormal">Viram-me os olhos pensos,</div><div class="MsoNormal">Sobre minha própria invasão.</div><div class="MsoNormal">Sangrei-me os membros tímidos,</div><div class="MsoNormal">Para livrar-lhes as máculas,</div><div class="MsoNormal">De nada adiantou.</div><div class="MsoNormal">Tomei pílulas.</div><div class="MsoNormal">Vomitei meus miúdos.</div><div class="MsoNormal">E de nada adiantou.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Vieram nascimentos</div><div class="MsoNormal">Vieram formaturas</div><div class="MsoNormal">E as memórias continuam taciturnas </div><div class="MsoNormal">Preso aos velhos momentos, </div><div class="MsoNormal">Nos instantes de fratura,</div><div class="MsoNormal">Padeço aos pedaços</div><div class="MsoNormal">Junto às moscas e ratos</div><div class="MsoNormal">Oriundos dos meus poços</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Rasgo-me a carne </div><div class="MsoNormal">Futrico com as feridas</div><div class="MsoNormal">Rabisco-me de estrias </div><div class="MsoNormal">Para que, quem sabe, </div><div class="MsoNormal">A manhã se abre</div><div class="MsoNormal">E o sol venha tocar meu rosto</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">E não adianta dizer-me roto,</div><div class="MsoNormal">A confissão não redime o pecado,</div><div class="MsoNormal">Enquanto os dedos realizam o movimento intrincado </div><div class="MsoNormal">E a expressão não mascara o rosto</div><div class="MsoNormal">Que continua sujo </div><div class="MsoNormal"> </div><div class="MsoNormal"><br />
</div>O Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-62547932400590847902010-10-23T07:05:00.001-07:002010-10-28T19:46:42.852-07:00Poema-Verdade<div class="MsoNormal">O Poema-Verdade se dói, força a entrada para o mundo.</div><div class="MsoNormal">Mas não poderei cantá-lo, pois alguém irá lê-lo</div><div class="MsoNormal"> (e a verdade não está ao alcance dos homens)</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">O Poema-Verdade me invade, quer gritar suas palavras</div><div class="MsoNormal">sem significado, insignificantes.</div><div class="MsoNormal">No entanto, não há amantes para o som que não se ouve.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">O Poema-Verdade, catástrofe da vida, é prelúdio da morte secreta, </div><div class="MsoNormal">daquela que não se espera o funeral.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">O Poema-Verdade me faz mal. Engodo que minha pouca vida criou,</div><div class="MsoNormal">criando-se.</div><div class="MsoNormal">Grito redimido do lodo, soneto obscuro </div><div class="MsoNormal">e sem forma que sou, e vou-me.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">O Poema-Verdade: rude, parvo e ancho</div><div class="MsoNormal">Quer falar o que não se diz</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Nunca peca, pois não o fiz</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Espera-me na curva do dia infeliz</div><div class="MsoNormal">No momento em que não me tornarei em nada</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">O Poema-Verdade não canta mentiras</div><div class="MsoNormal">O Poema-Verdade não possui voz</div><div class="MsoNormal">O Poema-Verdade não se materializa</div><div class="MsoNormal">Não se significa,</div><div class="MsoNormal">E não me deixa em paz </div><div class="MsoNormal"> </div><div class="MsoNormal"> Poema-Verdade, meu sutil algoz</div><div class="MsoNormal">Refil da minha calma cínica</div><div class="MsoNormal">Esconderijo da minha verve clinica</div><div class="MsoNormal">Que autopsia minha alma atroz</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Poema-Verdade não ouse se libertar</div><div class="MsoNormal">Tomar corpo, caminhar em bocas alheias</div><div class="MsoNormal">Teu lugar é minha toca </div><div class="MsoNormal">Teu mel não é doce e nem produzido por abelhas</div><div class="MsoNormal">Fia-se em minha roca,</div><div class="MsoNormal">renda obscura,</div><div class="MsoNormal"> mas legitima.</div>O Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-55823687729796269942010-10-20T19:35:00.000-07:002010-10-20T19:38:03.944-07:00O ninho<div class="MsoNormal">Caias do ninho pássaro contente </div><div class="MsoNormal">Largue esse nicho de segurança e privacidade</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Saiba que enquanto preserva sua serenidade </div><div class="MsoNormal">O mundo está abarrotado de vingança e malicias</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">(digo isso a mim mesmo para que, quem saiba, surja algum efeito)</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">Digo a mim mesmo, mas não nutro esperanças de surtir efeitos</div><div class="MsoNormal"> (eliminemos os problemas causísticos)</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"> Minha realidade, de proletário que se vê como burguês, não permite apiedar-me das criancinhas.</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">No que há de obscuro do espelho, </div><div class="MsoNormal">Vejo que não me importa a vida alheia,</div><div class="MsoNormal">Se essa não me provê de alguma forma.</div><div class="MsoNormal">Vejo que meu Eu é como uma corja</div><div class="MsoNormal">Sugador, aflito por qualquer sobejo. </div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">No fundo, sinto que não falo a verdade.</div><div class="MsoNormal">A verdade é demais para mim;</div><div class="MsoNormal">Não ouso cantá-la, pensá-la, que dirá senti-la </div><div class="MsoNormal">Palavras duras não são o suficiente para dizê-la </div><div class="MsoNormal">Palavras dóceis nem sequer raspam-lhe a superfície</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal">O espelho não me conta o que não ouso saber,</div><div class="MsoNormal">No entanto me diz: quase não és humano!</div><div class="MsoNormal">Mas não se aflija que isso é comum entre os Homens. </div>O Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-5080494774503179232010-06-23T10:01:00.000-07:002010-09-27T06:30:03.695-07:00Sem tituloNão entendo o que se passa<br />
<br />
No entanto, não deixa de passar<br />
Talvez seja apenas uma farsa<br />
Que insiste em figurar<br />
<br />
Mesmo assim ouso falar<br />
Ouso contar o que sinto<br />
Ouso gritar minha doença<br />
<br />
Que não sara <br />
Que não é rara<br />
Que me faz torpe<br />
<br />
<br />
Em vão poucos escreveram longos discursos para posteridade<br />
E sem notar a si todos acataram e cantaram as palavras vazias<br />
<br />
O que era sensível, <br />
O que era idéia,<br />
O que era apenas palavratório<br />
Fixou-se no espaço e nos concentrou o tempo<br />
<br />
Paramos de pensar de fato<br />
Passamos a correr pela mente caduca e humana<br />
Pesados, cheios do fardo meditativo<br />
<br />
Não basta mais viver é preciso mais!<br />
<br />
É necessário o constructo imperativo que nos regula <br />
É preciso deixar a matéria de lado e se chafurdar na lama intelectiva<br />
<br />
Enquanto os santos nos ditam a imoralidade dos costumes<br />
E os ascetas isolam-se em um mundo metafísico e impalpável<br />
De tamanha consciência hiperbólica <br />
E os brilhantes oradores do Ser rezam-se <br />
<br />
O vegetativo senso comum é que possui mais bom senso:<br />
Utilizar, desgastar o fruto de nossas próprias quimeras até o máximo <br />
Até o fim, até o píncaro! <br />
<br />
Quando não pudermos mais... Cairemos fartos e amargurados de nós mesmos<br />
Cantaremos os salmos da boa nova<br />
E nos sentiremos plenos de consumação <br />
Saberemo-nos doentes de almas santas <br />
De corpo são e purificado<br />
<br />
Saberemo-nos doentes, meditativos e intactiveis <br />
Saberemo-nos doentes , lotados de gozos e fartos de desejos<br />
Saberemo-nos doentes<br />
<br />
Por fim, faremos Filosofia.<br />
Por sermos doentes de corpo e alma<br />
Com a alma pura e o corpo são<br />
Por sentirmo-nos mais doentes do que somos de fato.O Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-82192233856199044502010-05-21T07:24:00.000-07:002010-06-27T16:12:15.977-07:00<div class="MsoNormal"> A Lua e Eu <br />
<div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">De súbito a claridade! Já anunciada entre as linhas que nos perpassam<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Mas que jazia escondida no que há de obscuro, no secreto do espelho.<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Só o tempo, só o tempo... Que passa lento e caminha com passos firmes<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Para resolidificar o sólido e expandir mais o rubro aparelho<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">E delatar o que seus sonhos cantam<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">E destruir o que temes<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Ai! A solidão irá me acompanhar e não há com não ser triste<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">O mundo, a vida, a morte até os sonhos nos condenam à dor<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Tudo que é torpe é o que existe. E tudo me parte<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Cada gesto, cada cor, cada lágrima<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Tudo me emociona<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">É um desastre!<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Ai! E o que me rasga é o mesmo que me laça<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">É o que me faz pedir mais um gole<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">É o veneno que me chega em taça<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">É o que há de mais torpe<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">E o que existe com mais força<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Por isso canto e clamo:<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Oh lua! Oh lua!<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Chegas-me com esse sorriso pleno<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Essa fartura de brilho<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Esse infinito nos olhos<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Chegas-me com essa charla<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Com o doce na ponta da língua<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Com a palavra que míngua<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">E com o silêncio que me cala<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;"> <o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Venha e não se afaste!<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Lua minha<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Sonho meu<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Venha e não resguarde o sob o véu<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Não me impugne teu vórtice<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Que a mais pura tolice<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">É me privar deste céu<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Oh lua! Não me empeças de teu brilho<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">de teu sorriso, de teu calor, de teu rosto<o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana; font-size: 9.0pt;">Pois a ti dei-me de amor<o:p></o:p></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 12px;">E por isso sou roto!</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 12px;"><span class="apple-converted-space"> </span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 12px;"> </span> <br />
</div><div class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Dedicada a Thobila de Lima Costa.</span></div>O Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-51470848342431464672010-04-25T07:32:00.000-07:002010-04-25T07:33:54.073-07:00Meu AfãE venho, novamente, me contar <br />
(com não me canso?)<br />
Insisto nesse torpe afã<br />
(esgoto-me)<br />
Afim, de quem sabe, a luzes da manhã<br />
Venham me libertar<br />
<br />
Rogo um tempo onde a claridade me acompanha<br />
Um tempo em que o véu se desfaça <br />
E eu, farto de ser minha caça <br />
Corrobore com os superficiais intentos<br />
<br />
Sinto encorpar-se a questão:<br />
Será que quero me falar?<br />
Será que todas minhas palavras, pretéritas,<br />
por fim, foram em vão?<br />
Ou melhor: vãs!<br />
<br />
Há quem diga (eu para mim mesmo)<br />
Que essa luta constitutiva<br />
Essa guerra interna<br />
Não passa de ilusão intuitiva...<br />
Que meu intento <em>verito</em> <br />
A quem dou muitos méritos <br />
Não é nada além de mais uma mascara<br />
Que me encara carrancuda a dizer-me:<br />
Não há verdades para vocêO Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-1356633338251857202010-04-14T15:43:00.000-07:002010-04-14T15:43:47.547-07:00É um milagre<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
“<span style="font-size: x-small;">De onde as coisas têm seu nascimento, ali também devem ir ao fundo,segundo a necessidade; pois têm que pagar penitência e de ser julgadas por suas injustiças, segundo a ordem do tempo”</span><br />
Anaximandro<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Não tenho muito lastro para me contar <br />
Mas mesmo assim ouso<br />
Pois acredito que é no mastro e no velejar <br />
Que encontrarei repouso<br />
<br />
Vento que me impulsiona conta-me suas histórias<br />
Com seu singular assobio que hora me afaga a nuca<br />
E hora me causa arrepio <br />
<br />
E é com base nas minhas memórias <br />
Que reconstruo o que nunca vivi<br />
E faço de tudo para sorrir<br />
<br />
Sei que é pesado o fardo <br />
E sinto, forte, a gravidade<br />
Nesses meus dias<br />
Desses meus dias<br />
Por isso meu samba parece fado<br />
E rogo a minha hecticidade<br />
Algo que não sei bem o teor<br />
Mas que grita: alivia-me essa dor!O Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-74276191572677981082010-04-13T19:46:00.000-07:002010-04-13T19:46:45.371-07:00 É um milagre<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">“De onde as coisas têm seu nascimento, ali também devem ir ao fundo,segundo a necessidade; pois têm que pagar penitência e de ser julgadas por suas injustiças, segundo a ordem do tempo”</span><br />
Anaximandro<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Não tenho muito lastro para me contar <br />
Mas mesmo assim ouso<br />
Pois acredito que é no mastro e no velejar <br />
Que encontrarei repouso<br />
<br />
Vento que me impulsiona conta as suas histórias<br />
Com seu singular assobio que hora me afaga a nuca<br />
E hora me causa arrepio <br />
<br />
É com base nas minhas memórias <br />
Que reconstruo o que nunca vivi<br />
E faço de tudo para sorrir<br />
<br />
Sei que é pesado o fardo <br />
E sinto, forte, a gravidade<br />
Nesses meus dias<br />
Desses meus dias<br />
Por isso meu samba parece fado<br />
E rogo a minha hecticidade<br />
Algo que não sei bem o teor<br />
Mas que grita: alivia-me essa dor!O Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-31030827810244195312010-02-12T19:01:00.000-08:002010-02-12T19:01:59.473-08:00Neste diasVê-me um vermute, por favor, e não se assuste<br />
Quando aparecer um mentira<br />
Nesses dias não ouso me contar<br />
Tenho pouco ouro e o lanço no poço de mim<br />
Pra que tantas palavras se as pessoas não crêem mais no seu valor <br />
<br />
A poesia termina aqui!O Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-43267634496659815772010-02-12T18:45:00.000-08:002010-02-12T18:45:52.676-08:00Aguardo na curvaAguardo na curva<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
A espreita de mim - aguardo na curva - observo os detalhes que fabrico. Há uma necessidade de tudo ser singular, único, razoável e inesquecível. Para que tanta importância para os momentos se em sua forma de momento já está inscrita e amalgamada a porosidade, o desfazer e o efêmero?Querer cristalizar o momento é um assedio a própria natureza do momento. Mas de onde insurgi esse crime tão desejoso e promissor a formação do que serei? Venha, talvez, da vontade de não passar que instiga a todos nos? Aquela vontade de permanecer e a nada sucumbir. O infinito está tão presente na minha cabeça que ouso dizer que o seu oposto é o mais atormentador dos problemas e o âmago de muitas dores que giram ao meu redor. A finitude é a media das paixões e das ações humanas. Tanto que todas as ações que buscam o prazer ou o livrar-se da dor tem como intento, legitimo, a preservação de um estado de bonança.<br />
E é assim que aguardo - me espreito na curva-, e odeio, e desejo, o segundo fatal. <br />
<br />
<br />
<br />
Quem sabe é o tempo! É ele que guarda o meu momento<br />
Na caixa sem tampo que fica aberta a todos <br />
Até para mim!<br />
Mas tudo depende do meu intento <br />
De quanto cultivo o lodo<br />
De como fabrico o fim<br />
<br />
Quem sabe é o tempo que vai me consumir?<br />
Como já me consome precocemente<br />
Torna-me velho a me restringir<br />
A impor-me um querido limite<br />
<br />
Quem sabe é o mar que vai me levar<br />
Perdido nas ondas que me refluem?<br />
A me arrebentar na arrebentação<br />
<br />
Quem sabe será um carro ou uma bala<br />
Sem rumo ou perdida que irá me indicar a vala?<br />
<br />
Quem me dera fosse o amorO Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4860947517158342016.post-87682880184139638552010-02-12T18:41:00.000-08:002010-02-12T18:52:54.927-08:00Mundo grandeInicio as postagens deste blog com essa poesia de um grande mestre mineiro, pois a cosidero grandiloquente aos meus intentos!<br />
<br />
<br />
Mundo grande <br />
<br />
Não, meu coração não é maior que o mundo.<br />
É muito menor.<br />
Nele não cabem nem as minhas dores.<br />
Por isso gosto tanto de me contar.<br />
Por isso me dispo,<br />
por isso me grito,<br />
por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:<br />
preciso de todos.<br />
<br />
Sim, meu coração é muito pequeno.<br />
Só agora vejo que nele não cabem os homens.<br />
Os homens estão cá fora, estão na rua.<br />
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.<br />
Mas também a rua não cabe todos os homens.<br />
A rua é menor que o mundo.<br />
O mundo é grande.<br />
<br />
Tu sabes como é grande o mundo.<br />
Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.<br />
Viste as diferentes cores dos homens,<br />
as diferentes dores dos homens,<br />
sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso<br />
num só peito de homem... sem que ele estale.<br />
<br />
Fecha os olhos e esquece.<br />
Escuta a água nos vidros,<br />
tão calma, não anuncia nada.<br />
Entretanto escorre nas mãos,<br />
tão calma! Vai inundando tudo...<br />
Renascerão as cidades submersas?<br />
Os homens submersos – voltarão?<br />
<br />
Meu coração não sabe.<br />
Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.<br />
Só agora descubro<br />
como é triste ignorar certas coisas.<br />
(Na solidão de indivíduo<br />
desaprendi a linguagem<br />
com que homens se comunicam.)<br />
<br />
Outrora escutei os anjos,<br />
as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.<br />
Nunca escutei voz de gente.<br />
Em verdade sou muito pobre.<br />
<br />
Outrora viajei<br />
países imaginários, fáceis de habitar,<br />
ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e convocando ao suicídio.<br />
<br />
Meus amigos foram às ilhas.<br />
Ilhas perdem o homem.<br />
Entretanto alguns se salvaram e<br />
trouxeram a notícia<br />
de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias,<br />
entre o fogo e o amor.<br />
<br />
Então, meu coração também pode crescer.<br />
Entre o amor e o fogo,<br />
entre a vida e o fogo,<br />
meu coração cresce dez metros e explode.<br />
<br />
– Ó vida futura! Nós te criaremos.<br />
<br />
<br />
Carlos Drummond de Andrade © Graña DrummondO Eu publicohttp://www.blogger.com/profile/12398901916989979623noreply@blogger.com0