Aguardo na curva
A espreita de mim - aguardo na curva - observo os detalhes que fabrico. Há uma necessidade de tudo ser singular, único, razoável e inesquecível. Para que tanta importância para os momentos se em sua forma de momento já está inscrita e amalgamada a porosidade, o desfazer e o efêmero?Querer cristalizar o momento é um assedio a própria natureza do momento. Mas de onde insurgi esse crime tão desejoso e promissor a formação do que serei? Venha, talvez, da vontade de não passar que instiga a todos nos? Aquela vontade de permanecer e a nada sucumbir. O infinito está tão presente na minha cabeça que ouso dizer que o seu oposto é o mais atormentador dos problemas e o âmago de muitas dores que giram ao meu redor. A finitude é a media das paixões e das ações humanas. Tanto que todas as ações que buscam o prazer ou o livrar-se da dor tem como intento, legitimo, a preservação de um estado de bonança.
E é assim que aguardo - me espreito na curva-, e odeio, e desejo, o segundo fatal.
Quem sabe é o tempo! É ele que guarda o meu momento
Na caixa sem tampo que fica aberta a todos
Até para mim!
Mas tudo depende do meu intento
De quanto cultivo o lodo
De como fabrico o fim
Quem sabe é o tempo que vai me consumir?
Como já me consome precocemente
Torna-me velho a me restringir
A impor-me um querido limite
Quem sabe é o mar que vai me levar
Perdido nas ondas que me refluem?
A me arrebentar na arrebentação
Quem sabe será um carro ou uma bala
Sem rumo ou perdida que irá me indicar a vala?
Quem me dera fosse o amor
A espreita de mim - aguardo na curva - observo os detalhes que fabrico. Há uma necessidade de tudo ser singular, único, razoável e inesquecível. Para que tanta importância para os momentos se em sua forma de momento já está inscrita e amalgamada a porosidade, o desfazer e o efêmero?Querer cristalizar o momento é um assedio a própria natureza do momento. Mas de onde insurgi esse crime tão desejoso e promissor a formação do que serei? Venha, talvez, da vontade de não passar que instiga a todos nos? Aquela vontade de permanecer e a nada sucumbir. O infinito está tão presente na minha cabeça que ouso dizer que o seu oposto é o mais atormentador dos problemas e o âmago de muitas dores que giram ao meu redor. A finitude é a media das paixões e das ações humanas. Tanto que todas as ações que buscam o prazer ou o livrar-se da dor tem como intento, legitimo, a preservação de um estado de bonança.
E é assim que aguardo - me espreito na curva-, e odeio, e desejo, o segundo fatal.
Quem sabe é o tempo! É ele que guarda o meu momento
Na caixa sem tampo que fica aberta a todos
Até para mim!
Mas tudo depende do meu intento
De quanto cultivo o lodo
De como fabrico o fim
Quem sabe é o tempo que vai me consumir?
Como já me consome precocemente
Torna-me velho a me restringir
A impor-me um querido limite
Quem sabe é o mar que vai me levar
Perdido nas ondas que me refluem?
A me arrebentar na arrebentação
Quem sabe será um carro ou uma bala
Sem rumo ou perdida que irá me indicar a vala?
Quem me dera fosse o amor
Cara, fodasso! Maravilhoso, é seu?
abraço camarada!