É um milagre




De onde as coisas têm seu nascimento, ali também devem ir ao fundo,segundo a necessidade; pois têm que pagar penitência e de ser julgadas por suas injustiças, segundo a ordem do tempo”
Anaximandro








Não tenho muito lastro para me contar
Mas mesmo assim ouso
Pois acredito que é no mastro e no velejar
Que encontrarei repouso

Vento que me impulsiona conta-me suas histórias
Com seu singular assobio que hora me afaga a nuca
E hora me causa arrepio

E é com base nas minhas memórias
Que reconstruo o que nunca vivi
E faço de tudo para sorrir

Sei que é pesado o fardo
E sinto, forte, a gravidade
Nesses meus dias
Desses meus dias
Por isso meu samba parece fado
E rogo a minha hecticidade
Algo que não sei bem o teor
Mas que grita: alivia-me essa dor!
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