Meu Afã

E venho, novamente, me contar
(com não me canso?)
Insisto nesse torpe afã
(esgoto-me)
Afim, de quem sabe, a luzes da manhã
Venham me libertar

Rogo um tempo onde a claridade me acompanha
Um tempo em que o véu se desfaça
E eu, farto de ser minha caça
Corrobore com os superficiais intentos

Sinto encorpar-se a questão:
Será que quero me falar?
Será que todas minhas palavras, pretéritas,
por fim, foram em vão?
Ou melhor: vãs!

Há quem diga (eu para mim mesmo)
Que essa luta constitutiva
Essa guerra interna
Não passa de ilusão intuitiva...
Que meu intento verito
A quem dou muitos méritos
Não é nada além de mais uma mascara
Que me encara carrancuda a dizer-me:
Não há verdades para você
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