Não posso dizer que meus olhos sangram,
Embora o quisesse gritar
Não posso.
Minhas magoas não são profundas o suficiente
Não posso dizer que tenho muito que falar.
Pois não ouço.
E minhas águas não são profundas o suficiente
Queria cantar o instante
Queria um poema de verdade
Queria um coração de poeta
Mas não tenho!
Preciso alfinetar-me,
Aguardar algum tempo.
Esperar a ferida inflamar.
E só assim, não de outra forma,
Consigo escrever rotas palavras
Ô bicho...
essa ficou perfeita brother...
As vezes só quando a intensidade nos domina é que expelimos (como lava do vulcão) a poesia em forma de palavras... Outras tantas vezes, as pequenas coisas... a picada de uma formiga que nem sequer inflamou, nos traz poesia consigo...
O caso é essa insconstancia de formatos...esses picos e vales...esse descompasso que é o ritmo do teu peito..o caso é respirar, ora veloz ora calmamente...o caso é rir e chorar, chorar e rir, separado e junto... o caso é a necessidade da escrita pra dizer o não-necessario... é a falta de palvras com milhoes de significados e as muitas palavras que são como funk de carro rebaixado...
o caso é amar! não precisar...mas, desejar ardentemente!
O caso sou eu quem lê essas suas palavras..e me percebo inundada dessa hermeneutica assombrante...hihihi