Meus caros,

Segue o Link para o texto pedido em aula: Prefácio à Segunda edição da Crítica da Razão Pura.


http://www.deboraludwig.com.br/arquivos/kant_criticadarazaopura.pdf


Obs.: Leiam da página 41 até a 52 (do pdf).
Meus Caros,

os links são:

http://www.4shared.com/office/wtsZRi91/Platn_-_Eutidemo.htm

http://www.econlib.org/library/LFBooks/Hume/hmMPL23.html#Part I, Essay XXIII, OF THE STANDARD OF TASTE

http://www.cfh.ufsc.br/~conte/russell.html

Confissão III




I

Não! Não admito os medos superficiais,
Sou forte, sou rude, sou homem!
Não há temor no ventre, nem no seio, nem na porta que se abre iluminando os olhos e preparando-me o vôo.
Os pés, ágeis, dançam, correm, saltam.
As mãos sólidas realizam o movimento da mente, intrincado, lógico!
As mãos dóceis, afagam, tocam, acarinham.
Não! Não temo os medos superficiais! Estão aí, mas não causam grande reboliço!
Hoje temo, um temor de respeito, o espelho. Mas não é o medo que paralisa, nem o que afoga, faz perder o ar! Apenas respeito.
Mesmo que quieto
O Medo tende a arrebentar
E hoje vi! Hoje senti! Hoje chorei de medo!
Não temo a vida, temo a morte!
Não saberia não ser
Não saberia não tocar
Não saberia não enfurecer
Não saberia não indignar

Sobre tudo, não saberia não AMAR!


II

Ah, o pavor!        
Tomaste-me Abrupto! Porém sei da força de sua verdade!
Doce seria a vida ser vida mesmo na morte...
Mas doce é a vida e não a morte.
O sabor do desespero de saber-se finito e, mesmo assim, capaz de escolher!
Avante! Andante! Allegro ma non tropo! Nada sei das conseqüências absolutas de minhas escolhas, nada sei do inalienável futuro para quem vive, e viverá!
Nada sei do cárcere das escolhas e da liberdade das escolhas!
Saber é coisa para maduros, vividos. Não para sonhantes vivídos!


III

A ignorância pesa minhas escolhas, paralisa meus sonhos e dilui cada passo firme.
Mesmo assim, jogo-me, atiro-me, ateio-me o fogo do amor!
Sou insano?
Se não tenho nada além da vida como entregá-la a outrem?
Como pô-la em mãos frágeis que não suportam nem o mais aéreo peso concreto?
Como entregá-la aos olhos que freqüentemente se umedecem com novelas e buscam o sonho mais puro?
Como repousar minha única chance no colo humano, feminino, emocional, e passível de reviravoltas?

Entretanto é tudo que quero!

Como não pôr minha vida nas mãos que realizam os melhores afagos?
Como não entregar, de todo, aos olhos que iluminam qualquer obscuridade?
Como não depositar a vida no colo de quem constrói a proteção?

IV

Tenho uma chance,
uma vida,
uma cartada,
apenas uma escolha!

Além disso, há morte!  
Além disso, apenas o sumiço, o não!

Então, com tudo e único que tenho digo um sonoro SIM!
(oposto catatônico ao não que me espera)

Com a vida em mãos que não são minhas,
 suspiro,
 grito,
choro,
rosno,
sorrio,
e, sobre tudo, amo!
    

Sem título II

Sinto que poderia viver em apenas um minuto!
Mas toda uma vida
Quero cem anos em um minuto
E morrer de velhice! 

Não é o caso que a vida me cansa
Nem é o fundo do abismo interno
É apenas o sofrimento e a repulsa pela morfina
É o grito pela morfina.

Morfina!!!

Quero cem anos em um minuto
 Pois não agüento mais procrastinar a vida 

Poética préfica

Enquanto a vida estoura do lado de fora
É no espelho que vejo o mundo em colapso.
Canso da minha metáfora, canso do meu “Embora”
E recomeço mais um lapso. E ainda fico perplexo!

A vida, por vezes, nem me parece vida...  
Quem sabe já estou morto?
E só me resta a despedida
Quem sabe já estou morto?
E só esqueci de cair!

Não vejo futuro no brandir das espadas
Já me basta o quanto luto por mim
Já basta o meu luto

Vocação para carpideira...

Talvez seja isso!

Método

Não posso dizer que meus olhos sangram,
Embora o quisesse gritar
Não posso.
Minhas magoas não são profundas o suficiente

Não posso dizer que tenho muito que falar.
Pois não ouço.
E minhas águas não são profundas o suficiente

Queria cantar o instante
Queria um poema de verdade
Queria um coração de poeta

Mas não tenho!

Preciso alfinetar-me,
Aguardar algum tempo.
Esperar a ferida inflamar.
E só assim, não de outra forma,
Consigo escrever rotas palavras

Confissão II


Dos numerosos trabalhos sobraram-me apenas as dores,
A compreensão, o carinho, os olhos úmidos, ficaram nas máquinas.

Fitaram-me o corpo tenso,
Viram-me os olhos pensos,
Sobre minha própria invasão.
Sangrei-me os membros tímidos,
Para livrar-lhes as máculas,
De nada adiantou.
Tomei pílulas.
Vomitei meus miúdos.
E de nada adiantou.

Vieram nascimentos
Vieram formaturas
E as memórias continuam taciturnas
Preso aos velhos momentos,
Nos instantes de fratura,
Padeço aos pedaços
Junto às moscas e ratos
Oriundos dos meus poços

Rasgo-me a carne
Futrico com as feridas
Rabisco-me de estrias
Para que, quem sabe, 
A manhã se abre
E o sol venha tocar meu rosto

E não adianta dizer-me roto,
A confissão não redime o pecado,
Enquanto os dedos realizam o movimento intrincado
E a expressão não mascara o rosto
Que continua sujo